DIÁRIO DE BORDO: MAJORLÂNDIA

19 de março de 2010, feriado de São José. Missão: pegar a estrada e conhecer Majorlãndia:

Vila de pescadores localizada a 12 quilômetros da sede do município de Aracati e a 170 quilômetros de Fortaleza, Majorlândia foi fundada, em 1937, pelo Major Bruno da Silva Figueiredo (daí o nome, referência a ‘Terra do Major’).

A praia é uma das mais frequentadas do litoral leste cearense e ganha em efervescência no período de carnaval, quando uma multidão invade a praia em busca de diversão, sol, mar e água fresca.

Majorlândia tem larga faixa de areia, o que leva muita gente à prática do bom futebol de praia, bom para quem pratica, porque só atrapalha, é claro, os banhistas. Outra coisa que irrita e torna-se perigo ao praticante do nado em feriados são os carros dos burgueses idiotas que estão em todo canto, parecendo precisão.

Das atrações da paisagem, citemos os coqueirais, as falésias brancas e avermelhadas, além é claro das Jangadas, com velas coloridas e algumas muito sujas, ancoradas ao longo da praia se harmonizando com o cenário de beleza. Faz parte ainda dessa bela paisagem um monte de pinguços, "estendendo a quem passa a mão mirrada".

Pousadas simples, bares e restaurantes fazem o receptivo dos turistas, com uma abundante oferta de peixes frescos e frutos do mar, bastante caros, por sinal. Uma pequena porção de camarão não sai por menos de trinta reais.

É a Majorlândia que se atribuiu a origem das famosas garrafinhas de areia colorida, que ganharam o mundo e constituem-se hoje na principal lembrança que os visitantes levam do Ceará.

E por falar em garrafinhas, existe um cidadão chamado Betinho (infelizmente não pude conhecê-lo) que é "expert" na arte de fazê-las. Uma guia me disse que ele as faz por uma dose de pinga, e quem lhe fornece a "marvada" vende suas garrafinhas por até cinquenta reais. Outro artesão da cidade, chamado Toinho, é um escultor de falésias. O cara faz coisas inacreditáveis. Suas obras de arte podem ser vistas num recanto (pousada) cujo nome é REFÚGIO DOURADO. Segundo a pessoa que me guiou pelo Refúgio, Doutor dourado, dono do estabelecimento, descobriu o talento desse cidadão e o levou para diversos cantos do Brasil. Infelizmente o artista vive hoje de "favores" na sua cidade natal.